A conta não fecha — e está causando indignação. O governo federal assinou um convênio de R$ 480 milhões com a OEI (Organização dos Estados Ibero-Americanos) para montar a estrutura da COP30, evento da ONU sobre o clima que acontecerá em Belém (PA). Mas o que chamou a atenção não foi o tamanho do investimento — e sim os preços absurdos que aparecem na estimativa de custos.
O maior escândalo? A água. Segundo documentos obtidos via Lei de Acesso à Informação, a garrafinha de 500 ml está orçada em R$ 17,50. Sim, DEZESSETE REAIS por meio litro d’água. Mas não para por aí: o garrafão de 20 litros foi cotado a R$ 167,50, e a água de 300 ml em taça de vidro sai por R$ 13,50.
E essa farra tem mais. O metro quadrado do piso elevado da estrutura do evento foi estimado em R$ 500, mas o mesmo item aparece por valores entre R$ 250 e R$ 360 na própria licitação. Já uma simples caderneta tipo moleskine foi incluída na conta por até R$ 112,50 cada.
A OEI, que não passou por licitação, ainda vai embolsar 5% do valor total como “taxa de administração” — o que representa mais de R$ 22 milhões pagos com dinheiro público.
Em nota, a Casa Civil alegou que os valores são “apenas estimativas” e que os preços reais serão definidos nas licitações. Mas fica a pergunta: por que estimar tão alto? E mais: quem se beneficia com essa inflação absurda nos valores?
O TCU (Tribunal de Contas da União) já está em cima do caso, cobrando explicações. Enquanto isso, a licitação segue em andamento e o governo tenta justificar a parceria dizendo que a OEI tem “expertise em grandes eventos”.
Resta saber se esse “know-how” justifica garrafinhas de água com preço de espumante.