A disparada dos preços dos alimentos mudou os hábitos de consumo das famílias e se tornou um problema para o governo federal. Em São Paulo, moradores de diferentes regiões relatam os desafios para manter a mesa abastecida.
Ionara de Jesus, de 43 anos, enfrenta dificuldades para alimentar os três filhos no Parque Santo Antônio, na zona sul da capital paulista. Ouvida pela emissora alemã Deutsche Welle, ela detalha uma estratégia alimentar para sua casa.
Viúva há um ano, Ionara integra o Programa Operação Trabalho da prefeitura, que oferece uma remuneração mensal de R$ 1,5 mil. O valor não cobre todas as despesas, e ela complementa a alimentação da família com cestas básicas doadas pelo Instituto Josefina Bakhita, ligado à organização não governamental Ação da Cidadania.
Na casa de Ionara, a carne vermelha desapareceu do cardápio há seis meses, depois de o preço disparar mais de 20% em 2024. Agora, a alimentação gira em torno de arroz e feijão, sem acompanhamentos. “Eles não gostam de salsicha”, diz Ionara, ao se referir aos filhos.