Lula quebrou o silêncio nesse sábado (10) sobre o escândalo dos descontos indevidos em aposentadorias, culpando a gestão anterior. No entanto, os fatos colocam seu governo no centro da crise: os descontos cresceram durante sua gestão e a reação foi lenta, com saídas tardias dos responsáveis diretos pela fiscalização dos benefícios.
A tentativa de sustentar a narrativa de que o governo descobriu e combateu o problema esbarra em vínculos políticos e associativos, inclusive com entidades ligadas a aliados e familiares do presidente. A troca de nomes no INSS e na Previdência, sem mudança de comando político, também fragilizou o discurso.
Além disso, o governo enfrenta uma oposição mais ágil e com maior alcance nas redes. Vídeos do deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) viralizam com força — o mais recente sobre o caso ultrapassou 136 milhões de visualizações, enquanto respostas governistas não passam de um milhão.
A crise do INSS expõe um governo que, quase dois anos e meio depois de iniciado, ainda não conseguiu firmar direção nem narrativa. O discurso de que tudo é problema de comunicação não se sustenta diante de fatos duros e da queda de popularidade que pressiona Lula antes de 2026.