A publicação feita pela coluna Sensacionalista, do jornal O Globo, sobre a cirurgia do ex-presidente Jair Bolsonaro, ultrapassou os limites do jornalismo responsável e do respeito humano. Ao brincar com um quadro de saúde grave, com a manchete “Intestino de Bolsonaro se adianta e já está preso”, o jornal zombou de um procedimento invasivo que durou 12 horas e exigiu internação em UTI.
Mesmo sendo uma coluna de humor, a sátira não encontra justificativa moral diante da seriedade da situação. Bolsonaro está em recuperação de uma cirurgia delicada, relacionada às consequências da facada sofrida em 2018. Ironizar esse cenário em nome do “entretenimento” revela a falta de empatia, de ética jornalística e o uso político de um momento que deveria ser tratado com sensibilidade.
É lamentável que um dos maiores veículos de comunicação do país opte por escárnio ao invés de responsabilidade. A liberdade de imprensa não deve ser confundida com licença para a desumanização. Nesse episódio, O Globo demonstrou que, por vezes, o sensacionalismo fala mais alto do que o compromisso com a dignidade humana.