A queda de popularidade do presidente Lula no Nordeste acende um alerta vermelho no Palácio do Planalto. Conforme destaca o editorial do jornal O Estado de S. Paulo, publicado nesta sexta-feira (4), a hegemonia histórica do PT na região parece ter chegado ao fim. Dados recentes da pesquisa Genial/Quaest apontam que a aprovação do governo Lula caiu de 59% para 52% em apenas dois meses, enquanto a reprovação saltou de 37% para 46%, gerando um virtual empate técnico.
O colapso da imagem de Lula no Nordeste é emblemático: trata-se do último reduto fiel ao petismo, onde o ex-presidente sempre venceu com folga as disputas eleitorais. O revés acontece mesmo com a presença de aliados estratégicos no governo, como os ministros Camilo Santana (Educação), Rui Costa (Casa Civil) e Wellington Dias (Desenvolvimento Social), além do apoio de governadores nordestinos. Nem as recentes medidas populistas, como a isenção do Imposto de Renda e o incentivo ao crédito, surtiram o efeito desejado.
A rejeição crescente reflete um esgotamento do modelo petista de relacionamento com a população nordestina, que por décadas foi mantida sob um discurso de dependência do Estado e programas de transferência de renda. O Nordeste mudou. Os beneficiários de programas como o Bolsa Família agora querem mais: independência, emprego, empreendedorismo. E é exatamente isso que o lulopetismo não consegue oferecer. O modelo envelheceu, e o povo nordestino está cada vez mais ciente disso.