O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva reduziu em 20% o orçamento destinado às comunidades terapêuticas, responsáveis pelo acolhimento e recuperação de dependentes químicos. O valor caiu de R$ 223,2 milhões em 2024 para R$ 177,7 milhões em 2025, o que representa um corte de R$ 45,5 milhões. Com isso, apenas 180 das 585 instituições habilitadas pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social (MDS) foram contratadas, deixando milhares de pessoas sem atendimento.
A medida contraria a Portaria nº 907 do MDS, que previa a ampliação progressiva do número de acolhimentos até 2026. Cada paciente adulto custa cerca de R$ 1,1 mil por mês ao poder público, valor que cobre alimentação, hospedagem, higiene e atividades terapêuticas. Com a redução no orçamento, estima-se que aproximadamente 33 mil pessoas possam ficar sem o suporte necessário para a recuperação da dependência química.
O vereador Guilherme Kilter (Novo), de Curitiba, criticou a decisão, classificando o corte como um erro grave. “Essas comunidades são fundamentais no tratamento e recuperação de pessoas que enfrentam problemas com drogas. O governo Lula corta exatamente onde deveria ampliar investimentos, colocando em risco milhares de vidas e famílias”, afirmou o parlamentar.
Kilter ainda ressaltou a necessidade de mobilização para pressionar o governo a reverter a medida. “Não se trata apenas de números, mas da vida de milhares de pessoas que dependem desses serviços para vencer a dependência química e recuperar sua dignidade”, declarou. A redução no orçamento levanta preocupações sobre a capacidade do governo de cumprir suas próprias metas de assistência a essas comunidades.