O ministro Luiz Fux pediu vista e suspendeu o julgamento da cabeleireira Débora Rodrigues dos Santos, acusada de vandalizar a estátua A Justiça durante os atos de 8 de janeiro de 2023. Até o momento, os ministros Alexandre de Moraes e Flávio Dino votaram pela condenação a 14 anos de prisão. O pedido de Fux adia a decisão, mas outros ministros podem seguir votando no plenário virtual da Primeira Turma.
Moraes considerou Débora culpada por crimes como golpe de Estado e dano ao patrimônio tombado, além de estabelecer uma multa de R$ 30 milhões a ser paga pelos envolvidos nos atos. Em sua defesa, a cabeleireira afirmou que apenas escreveu “Perdeu, Mané” na escultura, avaliada em até R$ 3 milhões. Ela está presa preventivamente desde março de 2023 e pode iniciar o cumprimento da pena em regime fechado caso a condenação seja confirmada.
O caso ganhou repercussão entre apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, que defendem anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro. Durante um evento em Copacabana, Bolsonaro e aliados, como Flávio Bolsonaro e Tarcísio de Freitas, citaram Débora como exemplo na tentativa de pressionar o Congresso a aprovar projetos de anistia. Enquanto isso, o julgamento aguarda a devolução do processo por Fux, o que pode levar até 90 dias.