O Brasil completou 40 anos de democracia, mas seu crescimento econômico ficou aquém do esperado. Entre 1985 e 2025, o PIB per capita cresceu 62% em paridade do poder de compra, sendo o 8º pior desempenho entre os países do G20. Em comparação, nações como China, Índia e Coreia do Sul avançaram significativamente mais. O período entre 2015 e 2024 foi ainda mais desanimador, com um crescimento de apenas 2,2%, o pior das últimas quatro décadas.
Especialistas apontam que, apesar do potencial econômico e territorial do Brasil, o país não conseguiu sustentar altas taxas de crescimento. A baixa produtividade e o envelhecimento da população preocupam, já que em 2051 haverá mais beneficiários do INSS do que contribuintes. O Brasil enfrentou dificuldades para transferir a economia e evitar impactos negativos na previdência.
No cenário latino-americano, o Brasil teve um desempenho inferior ao de países como a Guiana, que cresceu impulsionado pelo petróleo. Apesar de ter superado Argentina e México, ficou atrás de outras economias emergentes. O economista Alex Agostini destaca que, nas décadas de 1970 e 1980, o PIB brasileiro foi significativamente maior que o da China e da Índia, mas a hiperinflação e a concentração de renda prejudicaram seu avanço.
Hoje, o PIB do Brasil representa apenas 12% da China e 56% da Índia. O estudo utilizou dados do FMI, considerando a paridade do poder de compra para eliminar distorções cambiais. O fraco crescimento econômico ao longo das últimas décadas reforça a necessidade de aumentar a produtividade e garantir um desenvolvimento sustentável para enfrentar os desafios futuros.