O editorial do Estadão deste domingo (09/03) traz uma análise contundente sobre o sistema penitenciário no Brasil, rebatendo a tese do “encarceramento em massa”. Segundo o jornal, os presídios nacionais, em vez de cumprirem suas funções de punir, reabilitar e proteger a sociedade, tornaram-se “usinas do crime”, onde a superlotação, a ociosidade e a convivência entre criminosos perigosos e presos de menor potencial ofensivo contribuem para a deterioração do sistema.
O texto critica a visão progressista que trata criminosos como vítimas do sistema e defende o desencarceramento como solução. Para o Estadão, esse pensamento ignora a realidade de que o Brasil não prende excessivamente, mas sim esclarece poucos crimes e pune menos do que deveria. Apesar da grande população carcerária, o país ocupa apenas a 31ª posição global em taxa de presos per capita, um número incompatível com a elevada taxa de homicídios nacional.
A solução proposta pelo editorial não é apenas prender mais ou menos, mas sim “prender bem”. O jornal defende a construção de mais unidades prisionais e colônias penais que garantam progressão de pena justa e efetiva. Segundo o texto, enquanto o sistema penitenciário continuar falido, a população seguirá refém de criminosos reincidentes e a descrença na Justiça aumentará, aprofundando a crise de segurança pública no país.