CategoriasOpinião

Boato é que Márcia chamou Vandinho na chincha

 

Atualizado as 17h38

Muito além das questões ideológicas, por vezes exploradas pela mídia devido ao vereador Vandinho se travestir de patriota e conservador, a rusga entre ele e a prefeita Márcia evidencia muito mais a influencia que tem o Poder Executivo sobre sua bancada na Câmara de Vereadores. Como tem ampla maioria, a máquina influencia  no resultado daquilo que é decidido na casa, e, diga-se de passagem, atendendo quase sempre aos anseios da gestão.

Vandinho muitas vezes sobe o tom, encena o papel do vereador corajoso que tudo fiscaliza, porém  sua metralhadora está sempre apontada para o Governo do Estado [muitas vezes merecidamente], e raramente para aquilo que acontece no âmbito municipal. É , por exemplo, fazer duras críticas sobre o HOSPAM, Hospital Professor Agamenon Magalhães, mas ignorar que postos de saúde da rede municipal estejam sem médicos e medicamentos.

Eleito com a alcunha de “Vandinho Saúde”, ele não é médico, nem tem carreira na área de saúde. Na verdade a sua esposa, Karla Lima, é coordena do PNI (Programa Nacional de Imunizações) de Serra Talhada, por isso, acreditamos, tenha usado a estratégia de pegar carona usando a proximidade com a área.  Foi, assim como a grande maioria da base ligada ao governo, um atravessador contumaz do serviço de saúde, distribuindo exames e outros “favores” . É bom que se diga que esta prática criminosa é realizada desde o começo do mundo [isso é força de expressão, é claro].

Pois bem, como é que alguém ligadíssimo ao governo, integrante da tropa de choque do zap, ao lado de tantos outros serviçais, eleito com o direcionamento criminoso de recursos da saúde [assim como foi para outros eleitos, só para frisar] vai poder dar soco na mesa e exigir mais transparência e investimentos na saúde?

Talvez por este contexto que expusemos, as bem colocadas e merecidas criticas de Vandinho a secretaria de saúde do município não tenha sido bem digeridas pela prefeita Márcia Conrado que, não apenas defendendo os próprios interesses, uma vez que a Secretária de Saúde, Lisbeth Lima, é sua sogra, bem como abrindo os olhos do vereador para lembrá-lo quem é que “manda no pedaço”.

Este debate só expõe o que tenho dito, aqui e nos programas de rádio: como é que um vereador, seja Vandinho ou outro de uma dezena naquela Casa, poderá se contrapor aos interesses do gestor, se seus mandatos não são legitimamente seus, foram conquistas pelo uso da máquina? A prova disso foi a aprovação de projeto, ainda na gestão Duque, que aprovou uma nova taxação de 14% nos benefícios dos aposentados no município. A pauta era muito ruim para o legislativo, mas como atendia aos interesses do gestor na época, foi aprovado.

Meus amigos, falta ao povo deixar de ser o grande incentivador das práticas criminosas nas administrações públicas. Para acabar com isso, bastaria que o povo tivesse espírito público e exigisse o que está na lei: isonomia [tratamento igual para todos]. Se o cidadão não escolhesse o representante na câmara pelos benefícios criminosos que recebe, quem sabe pessoas sérias e impendentes se candidatassem e, chegando lá, pudesse cobrar sem ser achincalhado em público, sem ser chamado atenção como menino de recados ou como um criado qualquer.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *