Já estamos na segunda metade do mês de março e nada da gestão Márcia Conrado enviar à CMST – Câmara Municipal de Serra Talhada – o projeto para adequação do piso do magistério, reajustando o salário dos professores da rede municipal de ensino em 33,24%, como sancionou o Presidente Bolsonaro. Em fevereiro a prefeita prometeu que enviaria nas primeiras sessões deste mês, mas até agora nada.
Muitos municípios já decidiram acompanhar a decisão do MEC, outros foram além, como é caso de Jaboatão dos Guararapes que concedeu um reajuste de 36%. Detalhe: nenhum município anunciou ter precisado tomar medidas drásticas. Já aqui, a prefeita chegou a comunicar que faria cortes nos seus salários, do vice, de cargos comissionados e outros, alegando que sem isso o município não teria condições de pagar o novo piso.
A Rádio Líder do Vale FM acessou os repasses feitos pelo Governo Federal, aplicou o reajuste e constatou que é possível pagar o novo piso e ainda sobra mensalmente mais de R$ 1 mi. O que se comenta é que a preocupação da gestão é que aplicando o reajuste, ultrapassará os limites previstos pela LRF (Lei de responsabilidade Fiscal) que prevê o uso de no máximo 54% da receita corrente liquida com folha de pagamento.
A situação alerta para outro problema: o inchaço da máquina. Tem muitos apadrinhados e apaniguados, e o governo Márcia não quer abrir mão deles, afinal este é um ano eleitoral e seu padrinho, o ex-prefeito Luciano Duque, é pré-candidato a uma cadeira na Alepe [Assembleia Legislativa de Pernambuco], logo a prefeitura gasta muito dinheiro com gente “indispensável” para este objetivo e outros mais adiante.
Diante do “empurrar com a barriga” da gestão, da apatia conivente da CMST e do silêncio oportuno do SINTEST – Sindicato dos Trabalhadores na Educação de Serra Talhada, que tem como presidente Júnior Moraes, ex-presidente do PT em Serra Talhada, a categoria decidiu se manifestar na próxima segunda-feira, dia 21, ás 8h, em frente à Prefeitura Municipal na Rua Agostinho Nunes De Magalhães, no centro.
Além de exigir o reajuste de 33,24%, os professores vão cobrar também a valorização do Plano de Cargos e Carreiras, que contratações sejam feitas por meio de Concurso Público e também protestarão contra a terceirização na educação.