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Danilo vai para o sacrifício

É perceptível o momento ruim vivido pelo PSB em Pernambuco. Desgaste natural devido aos 16 anos no comando do Estado, morte de Eduardo Campos, “farinha” jogada no ventilador por Antonio Campos, irmão de Eduardo, governo desastroso de Geraldo Júlio na prefeitura do Recife, marcado por extravagâncias e rumores de corrupção, bem como os dois pífios mandatos de Paulo Câmara! Estes podem ser itens que levaram o PSB do céu ao inferno.

A verdade é que na hora do “vamo vê” quase que a cúpula não encontra um nome com coragem para correr os sérios riscos que a disputa deste ano oferece. Depois de uma concorrência não muito acirrada com Tadeu Alencar, prevaleceu o nome de Danilo, pois sua longa trajetória e fidelidade aos planos particulares dos Campos o credenciaram para a cabeça de chapa.

O peso da máquina, o aparelhamento em todos os setores – principalmente nos mais estratégicos – são os grandes aliados.  A torre de babel provada pelo egocentrismo da oposição, outra. As fragilidades são muitas, desde de discursos obsoletos, parcerias perigosas como na dobradinha com o PT e coisas do gênero. A oposição, se deixar um pouco as vaidades de lado têm tudo para vencer esta eleição. Há um clima para isso. Sente-se um sentimento de mudanças, quem souber canalizar melhor isto pode ser o próximo governador de Pernambuco.

Quem, até o momento, capta melhor esta energia de mudança é o prefeito de Petrolina Miguel Coelho. Firme no movimento de ser candidato, sem dubiedades quanto a ser oposição de fato ao modelo do PSB, assim como outros gestos colocam o filho de FBC numa posição melhor neste exato instante, é claro que muita coisa deve acontecer até outubro, mas a largada do petrolinense foi boa, no “timing” correto.

A retórica frágil, a narrativa na contramão dos fatos, e tudo o que já foi citado antes, mantém Danilo Cabral pressionado. O oposto disso é o discurso assertivo de Miguel, as críticas concretas e cirúrgicas, um tanto sintonizadas com o que o eleitor pensa deste governo.

Ainda falta muito, mas já se pode ver um esboço do desenho final desta disputa que pode colocar um ponto final numa hegemonia que beira duas décadas.

Maciel Rodrigues

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