O editorial do jornal O Estado de S. Paulo, publicado em 2 de outubro, fez duras críticas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva por afirmar que “traficantes são vítimas dos usuários”. Para o texto, a fala não foi um deslize, mas a expressão de uma visão ideológica que relativiza o crime e exime o criminoso de responsabilidade individual.
O Estadão argumenta que, sob influência de uma “sociologia ideológica”, a esquerda transforma o bandido em vítima e o trabalhador honesto em opressor. O jornal afirma que essa lógica “humanitária” é, na verdade, uma inversão moral que enfraquece o Estado e pune a sociedade, especialmente os mais pobres, que convivem com a violência cotidiana.
O texto também aponta contradições no discurso governista, que seria “rígido com adversários e complacente com aliados”, e alerta que a política de indulgência travestida de justiça social apenas perpetua o medo e o domínio da criminalidade. Segundo o editorial, ao tentar “humanizar o crime”, o governo acaba desumanizando a própria sociedade.
