O escândalo dos descontos indevidos em aposentadorias do INSS, que gerou perdas bilionárias a segurados, teve início a partir de reportagens do portal Metrópoles, e não por iniciativa do governo federal, como tenta sustentar parte da base aliada. As apurações jornalísticas publicadas desde dezembro de 2023 revelaram que entidades, muitas delas ligadas a sindicatos, promoviam filiações sem consentimento e recolhiam valores diretamente da folha de pagamento dos beneficiários.
As matérias levaram à abertura de investigações pela Polícia Federal e CGU, culminando na Operação Sem Desconto, em abril de 2025, e na exoneração de Carlos Lupi do Ministério da Previdência. Mesmo assim, parlamentares governistas, como Carlos Veras (PT), afirmam que foram os próprios sindicatos que denunciaram as práticas, tese não comprovada nos autos das investigações.
Em vez de reconhecer a contribuição da imprensa e dos órgãos de controle, o governo Lula acionou o STF pedindo que decisões que responsabilizam a União por danos aos aposentados sejam consideradas inconstitucionais. A medida foi assinada pelo presidente, pelo AGU Jorge Messias e pela Secretaria de Contencioso da AGU.
Segundo pesquisa Quaest, 31% dos brasileiros apontam o atual governo como principal responsável pelas fraudes. Apenas 8% culpam o governo anterior. A percepção pública e os documentos oficiais indicam que as ações do Executivo foram reativas, e não o ponto de partida da apuração.