Os dados do IBGE mostram desemprego de 5,4%, a menor taxa da série, mas esse número não revela a real situação do mercado. Pela regra internacional, basta trabalhar uma hora na semana para ser considerado empregado — até mesmo em troca de comida. Isso inclui pessoas que vivem de bicos, subempregos e informalidade. Hoje, 4,6 milhões trabalham menos horas do que precisam e 5,3 milhões nem conseguem procurar vaga, apesar de querer.
Outro fator que reduz artificialmente o desemprego é o Bolsa Família. Quem recebe o benefício e não busca trabalho não entra nas estatísticas. Estudos mostram que, somando subocupados e beneficiários fora da busca ativa, o desemprego real seria de 15,6%, quase o triplo do oficial. No total, 15,8 milhões de brasileiros enfrentam desemprego, bicos ou falta de condições para trabalhar — um quadro que desmonta a narrativa de pleno emprego e expõe a precariedade real do mercado de trabalho.
