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Após derrota na indicação ao STF, Alcolumbre usa comando do Senado para pressionar o governo Lula

A decisão de Lula de indicar Jorge Messias ao STF, ignorando a articulação de Davi Alcolumbre pelo nome de Rodrigo Pacheco, abriu uma crise sem disfarces no Senado. Alcolumbre trabalhava para emplacar um aliado e viu o presidente bancar Messias apesar da movimentação nos bastidores. Desde então, segundo avaliação dominante na imprensa, o presidente do Senado passou a usar o peso institucional do cargo para confrontar o governo.

A resposta protocolar à carta de Messias, a recusa em definir prazo para a sabatina e, sobretudo, o anúncio imediato da votação de um projeto bilionário que desagrada o Executivo são interpretados como recados políticos. Nos bastidores, a leitura é de que Alcolumbre quer demonstrar que sua autonomia não será reduzida após a derrota na indicação — e que a pauta do governo no Senado depende de recomposição.

Analistas apontam que o senador não deve barrar oficialmente a indicação, mas pode retardá-la, como já fez no passado. Se o desgaste não for contido, a sabatina pode ser empurrada para 2026, afetando a agenda do Planalto e aumentando o custo de negociação. O episódio expôs, de maneira inédita, a disposição de Alcolumbre de usar o comando do Senado como instrumento de pressão direta sobre o governo Lula.

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