Adversários políticos em Pernambuco, Raquel Lyra (PSD) e João Campos (PSB) estarão lado a lado nesta quarta (28) para recepcionar o presidente Lula (PT) em Salgueiro. Embora travem uma disputa silenciosa de olho em 2026, ambos não perdem a chance de aparecer ao lado do petista, em um gesto que mais parece bajulação do que compromisso com resultados. O curioso é que, no discurso local, cada um tenta se firmar como alternativa a Lula — mas em Brasília, a história muda.
A visita presidencial tem como objetivo assinar a ordem de serviço para a duplicação da Estação de Bombeamento EBI-3, no Ramal do Salgado. A promessa é beneficiar milhões com maior vazão de água. No entanto, o gesto simbólico de Raquel e João chama mais atenção que a obra em si. Afinal, ambos criticam o governo federal em seus bastidores, mas não resistem a um retrato ao lado do presidente.
É uma cena recorrente na política nacional: opositores no palanque estadual, aliados no tapete vermelho de Brasília. Lula, que vem acumulando críticas por um governo lento, confuso e com avanços tímidos, ainda mantém o poder de atrair desafetos com um simples aceno. A imagem vale mais que a coerência. E em tempos de eleição à vista, cada foto pode render mais do que uma obra entregue.
A população, no entanto, assiste ao teatro com ceticismo. Lula enfrenta uma queda de aprovação, especialmente nas regiões mais afetadas pela estagnação econômica. Raquel e João, por sua vez, tentam surfar no prestígio do presidente entre os mais pobres, mesmo quando a água ainda não chega. A duplicidade do gesto revela mais sobre a velha política do que sobre qualquer avanço para o povo do Sertão.
Políticos que correm atrás de corruptos não merece voto esse João mesmo vem de uma família tradicional na corrupção