Segundo a colunista Malu Gaspar, de O Globo, aliados de Donald Trump avaliam estender sanções contra Alexandre de Moraes a outros ministros do STF. A medida, articulada por bolsonaristas nos EUA, incluindo Eduardo Bolsonaro, é embasada pela Lei Magnitsky e poderia afetar financeiramente os alvos, mesmo fora dos EUA, por meio da inclusão na lista de sanções da OFAC, órgão do Tesouro americano.
As articulações ganharam força após o secretário de Estado Marco Rubio admitir, em audiência no Congresso americano, que há “grande possibilidade” de Moraes ser sancionado. A ofensiva visa desgastar o STF no momento em que a Corte julga Bolsonaro e aliados por tentativa de golpe. O objetivo político é forçar recuos e viabilizar a anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro.
Entre os nomes cotados para futuras sanções estão o presidente do STF, Luís Roberto Barroso, o procurador-geral Paulo Gonet e o ministro Gilmar Mendes. A estratégia bolsonarista pretende ampliar a pressão de forma gradual, em “conta-gotas”, como ocorreu nas sanções contra o procurador do TPI, Karim Khan, sob Trump, criando um paralelo entre o Brasil e o caso de Israel.
As sanções, chamadas de “pena de morte financeira”, poderiam bloquear contas e restringir serviços internacionais aos magistrados brasileiros. Apesar da cautela quanto ao timing, bolsonaristas consideram que o vínculo entre Trump e Bolsonaro, assim como o apoio de congressistas republicanos, pode viabilizar a ofensiva nos próximos meses.