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Carlos Lupi deixa Ministério da Previdência após escândalo de fraudes no INSS

O ministro da Previdência Social, Carlos Lupi (PDT), anunciou nesta sexta-feira (2) sua saída do governo após a revelação de um esquema bilionário de fraudes no INSS. A investigação da Polícia Federal apontou desvios de até R$ 6,3 bilhões em aposentadorias e pensões por meio de descontos ilegais feitos por associações em nome de aposentados sem autorização. O número 2 da pasta, Wolney Queiroz, assumirá o ministério.

Lupi, que chefiava a pasta desde o início do governo Lula, vinha sendo pressionado após a divulgação de que, em 2023, havia sido alertado sobre as irregularidades, mas só adotou medidas quase um ano depois. Em nota, ele afirmou que não foi citado nas investigações e negou participação nos crimes. Mesmo assim, sua permanência se tornou insustentável dentro do governo, que já negociava sua substituição com o PDT.

Além de Lupi, o presidente do INSS, Alessandro Stefanutto — indicado por ele — também foi demitido. Lula nomeou o procurador Gilberto Waller Júnior para o cargo e determinou que a Advocacia-Geral da União processe as associações envolvidas para garantir ressarcimento às vítimas. A fraude começou ainda no governo Bolsonaro, segundo a PF, e envolvia falsificação de assinaturas e uso indevido de dados de beneficiários.

A operação revelou o envolvimento do lobista Antonio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, apontado como operador do esquema. Ele é sócio de 22 empresas registradas no mesmo endereço no DF. A PF apreendeu carros de luxo, joias e dinheiro em espécie. O escândalo fragilizou a imagem da Previdência e acentuou a crise política no governo, que busca manter o apoio do PDT no Congresso.

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