O Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) está no centro de uma denúncia sobre superfaturamento na compra de móveis escolares. Segundo apuração do UOL, os valores pagos em 2024 superam em até 50% os preços de mercado. O custo total da aquisição chegou a R$ 3 bilhões, sendo que R$ 1 bilhão desse montante ultrapassou as previsões da Controladoria-Geral da União (CGU) de 2022.
Exemplos do aumento chamam atenção. Um conjunto de mesa para professor, que custava R$ 368,88 em 2022, foi adquirido por R$ 1.072 no novo contrato, quase o triplo do valor original. Além disso, empresas do setor criticam a condução do processo licitatório, alegando que prazos curtos para a apresentação de documentos reduziram a concorrência e favoreceram poucos fornecedores.
O FNDE justificou os critérios adotados, afirmando que exigências como laudos e certificações são essenciais para garantir a qualidade dos móveis. No entanto, especialistas apontam que a falta de transparência no pregão pode comprometer a lisura da licitação e impactar o uso dos recursos públicos.
Os contratos seguem válidos até setembro de 2025, permitindo novas compras até 2026. Até o momento, foram firmados 14 contratos no valor de R$ 21,9 milhões, mas nem todo o montante foi efetivamente utilizado. O governo ainda não se pronunciou sobre a denúncia.