O ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados saíram em defesa do Frei Gilson, popular sacerdote da internet, após ele ser alvo de críticas de setores da esquerda. O religioso tem realizado transmissões ao vivo do Santo Rosário durante a Quaresma, reunindo milhões de espectadores. No último domingo (9), Bolsonaro afirmou que o frei é um “fenômeno em oração” e que a fé cristã “nunca se curvou à perseguição”.
A mobilização ocorreu depois que internautas criticaram a popularidade de Frei Gilson e suas posições conservadoras. O sacerdote já se manifestou contra o aborto e defendeu a submissão da mulher ao homem, o que gerou debates. Parlamentares bolsonaristas, como Nikolas Ferreira (PL-MG), também saíram em sua defesa. Governantes aliados de Bolsonaro, como Tarcísio de Freitas (Republicanos) e Ricardo Nunes (MDB), expressaram solidariedade ao religioso.
Na esquerda, o deputado federal André Janones (Avante-MG) criticou os ataques ao frei, alertando que a rejeição ao religioso poderia fortalecer ainda mais a direita. Ele destacou que a esquerda já enfrenta dificuldades com o eleitorado evangélico e que criar conflitos com os católicos poderia ser um erro estratégico. Segundo pesquisa Datafolha de dezembro, o governo Lula tem alta rejeição entre evangélicos, com 43% considerando a gestão ruim ou péssima.
Frei Gilson, de 38 anos, pertence à congregação Carmelitas Mensageiros do Espírito Santo e se tornou um dos maiores influenciadores católicos do Brasil. Com milhões de seguidores, ele ganhou notoriedade durante a pandemia ao realizar transmissões religiosas. Sua atuação tem forte ligação com a Renovação Carismática Católica e a comunidade Canção Nova, segmentos alinhados ao conservadorismo dentro da Igreja.