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Matéria na íntegra:
O Partido Liberal (PL) enfrenta um racha em Pernambuco, colocando de um lado o ex-ministro do Turismo Gilson Machado e, de outro, o presidente estadual da sigla, Anderson Ferreira, que conta com o respaldo do presidente nacional do partido, Valdemar Costa Neto. A disputa acirrou-se após declarações públicas de ambos os lados, evidenciando o descompasso interno sobre os rumos da legenda no estado para as eleições de 2026.
Em um vídeo divulgado recentemente, Valdemar Costa Neto reafirmou sua confiança na liderança de Anderson Ferreira, destacando sua história dentro do partido e a responsabilidade de organizar a sigla para os próximos pleitos. “Anderson, você é nosso companheiro há muitos anos. Agora você vai ter a oportunidade de organizar uma chapa para federal, estadual, governador e senador. Temos tudo para você fazer isso”, declarou Valdemar, deixando claro que a estrutura do partido estaria sob o comando de Ferreira em Pernambuco.
Por outro lado, Gilson Machado, que foi candidato ao Senado em 2022 e à Prefeitura do Recife em 2024, rebateu a declaração do presidente nacional do PL e afirmou que a articulação da direita conservadora em Pernambuco está sob o comando do ex-presidente Jair Bolsonaro. “A articulação da direita conservadora em Pernambuco está sob o comando do presidente Bolsonaro, do qual sou um soldado, e ele afirmou que eu sou o seu candidato ao Senado. Quando a verdade é clara, nenhuma narrativa pode se sobrepor”, disparou Machado.
A divergência evidencia um conflito de liderança dentro do partido, com Machado reforçando sua lealdade irrestrita a Bolsonaro e desconsiderando as diretrizes da cúpula partidária. Ele ressaltou que sua permanência na sigla está atrelada à presença de Bolsonaro no PL. “Deixo claro que permaneço no PL enquanto o presidente Bolsonaro estiver no partido. Se há interesse na minha saída, aviso desde já: não saio. Minha lealdade e fidelidade ao presidente Bolsonaro são inegociáveis”, afirmou.
A tensão aumentou ainda mais com a ausência dos Ferreira na recente visita de Bolsonaro a Pernambuco. Machado criticou a falta de presença de Anderson e aliados durante a passagem do ex-presidente pelo estado, reforçando que o bolsonarismo não está restrito ao PL. “O bolsonarismo vai muito além de um partido, e isso ficou evidente durante a passagem do presidente pelo estado”, declarou, mencionando a presença de aliados como Clarissa Tércio, Júnior de Tércio, Michele e Cleiton Collins.
O embate interno pode ter repercussões significativas para a organização do PL em Pernambuco e sua estratégia para as eleições de 2026. Enquanto Anderson Ferreira trabalha sob a orientação de Valdemar Costa Neto para estruturar uma chapa forte, Gilson Machado busca consolidar-se como o nome de Bolsonaro no estado, ignorando a liderança partidária tradicional. A disputa promete intensificar-se nos próximos meses, colocando à prova a coesão do partido e seu futuro no cenário político pernambucano.