A recente revelação de que a ministra da Saúde, Nísia Trindade, de 67 anos, não seguiu a recomendação de sua própria pasta ao deixar de tomar a segunda dose de reforço da vacina contra a Covid-19 em 2024, levanta questões sobre a coerência das políticas de saúde pública do governo. A orientação oficial estabelece que pessoas com mais de 60 anos devem receber duas doses de reforço anualmente, com intervalo de seis meses. A ministra tomou apenas uma dose em fevereiro de 2024, conforme informações obtidas via Lei de Acesso à Informação pelo portal Metrópoles.
Paralelamente, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, impôs sigilo de 100 anos sobre seu cartão de vacinação, negando acesso ao documento solicitado pelo mesmo portal. Durante a pandemia, quando atuava como ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Lewandowski defendeu que União, estados e municípios poderiam estabelecer medidas restritivas para quem recusasse a vacinação, embora a imunização forçada não fosse permitida.
Esses episódios evidenciam uma aparente contradição nas ações de autoridades que, anteriormente, apoiaram medidas rigorosas para assegurar a vacinação em massa, incluindo a possibilidade de restrições para os não vacinados. A postura atual, marcada por comportamentos pessoais que divergem das recomendações oficiais e pela falta de transparência, suscita debates sobre a consistência e a credibilidade das políticas de saúde pública implementadas pelo governo.