O reajuste no preço do diesel, previsto para os próximos dias, reacendeu o alerta sobre os impactos na inflação e na economia brasileira. Assessores presidenciais reconhecem que o aumento vem em um momento delicado, com a taxa inflacionária já pressionada pela alta dos alimentos. No entanto, o governo considera inevitável a correção, pois o combustível está defasado em relação ao mercado internacional há mais de um ano, o que também tem gerado cobranças dos importadores e investidores da Petrobras.
O setor produtivo, especialmente o agronegócio e a logística, demonstra preocupação com os reflexos do aumento no custo do transporte rodoviário, responsável pela maior parte do escoamento da produção no país. Especialistas apontam que o repasse ao consumidor pode ser inevitável, elevando ainda mais a inflação projetada para 2024, que já supera o teto da meta. Diante desse cenário, o Banco Central segue com a política de juros altos para tentar conter os impactos no mercado.
A Petrobras, por sua vez, argumenta que a defasagem do preço do diesel compromete a saúde financeira da estatal e, consequentemente, a capacidade de investimento da empresa. Com a reunião do Conselho de Administração marcada para esta quarta-feira (29), acionistas minoritários devem pressionar por uma política de preços mais alinhada ao mercado internacional. A expectativa é que o reajuste fique entre R$ 0,18 e R$ 0,24 por litro, garantindo um equilíbrio entre os interesses da estatal e as necessidades do país.