Da Folha de S.Paulo
O presidente Lula (PT) se vacinou contra a dengue no dia 5 de fevereiro, sem divulgação e antes de o SUS (Sistema Único de Saúde) iniciar a campanha de imunização. O Palácio do Planalto afirma que a dose foi fornecida pela rede privada, mas se recusa a informar o modelo e custo da vacina, além do nome do laboratório.
A campanha do SUS contra a dengue começou quatro dias após Lula receber a primeira dose. A escassez de vacinas na rede pública tornou o governo alvo de críticas e forçou o Ministério da Saúde a limitar a vacinação ao grupo de 10 a 14 anos.
Desde que assumiu o terceiro mandato de presidente, Lula se vacinou em público contra a gripe e Covid para incentivar as campanhas de imunização. Procurada, a Secom (Secretaria de Comunicação Social da Presidência) não explicou por qual razão a vacinação contra a dengue não foi divulgada.
O governo não divulgou detalhes sobre a vacinação do presidente Lula contra a dengue e a COVID-19. Após recursos, foram reveladas as datas e locais de imunização, assim como os modelos de vacinas utilizados.
A dengue enfrenta sua pior epidemia no Brasil em 2024, com 6 milhões de casos prováveis e mais de 4 mil mortes. Lula se vacinou com a Qdenga, a única vacina contra dengue disponível no país, mas fora da faixa etária indicada.
O governo federal comprou 6,5 milhões de doses da Qdenga para 2024 e 9 milhões para 2025. A Fiocruz planeja produzir essa vacina, mas enfrenta desafios de infraestrutura.
Dados sobre a vacinação do ex-presidente Bolsonaro contra a COVID-19 foram inicialmente negados, mas posteriormente liberados pela Controladoria-Geral da União.