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O TSE foi longe demais, diz O Globo

Conteúdo da Revista Oeste

Em editorial publicado nesta terça-feira, 11, O Globo argumenta que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) está cometendo “exageros que configuram censura descabida a veículos de imprensa”. Os casos de intromissão indevida no trabalho dos jornalistas, diz o jornal, têm se acumulado ao longo dos dias.

Um exemplo disso ocorreu na sexta-feira 7, quando a ministra Maria Claudia Bucchianeri Pinheiro, do TSE, ordenou que a Jovem Pan removesse um vídeo no qual a senadora Mara Gabrilli (PSDB-SP) associa o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à morte de Celso Daniel, ex-prefeito de Santo André.

Na mesma linha, o ministro Paulo de Tarso Sanseverino censurou o jornal Gazeta do Povo. O juiz determinou que o Twitter removesse 31 postagens que informam o apoio de Lula ao ditador da Nicarágua, Daniel Ortega.

“A Associação Nacional dos Jornais [ANJ] e a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo [Abraji] acertaram ao condenar as decisões”, diz O Globo. “A Abraji também criticou o ministro Alexandre de Moraes, presidente do TSE, por ter mandado retirar do ar no domingo do primeiro turno um artigo do site O Antagonista sugerindo que o líder da principal facção criminosa dos presídios brasileiros apoiava Lula.”

O jornal ressalta que “não é papel da Corte julgar a qualidade dos veículos de imprensa, muito menos censurá-los preventivamente apenas por causa de um título malfeito, nem mesmo pela eventual publicação de informações erradas, que podem perfeitamente ser corrigidas”. “As partes que se sentirem ofendidas deveriam acionar a Justiça comum, onde os veículos têm o direito de se defender, caso já não tenham reparado o próprio erro”, escreveu O Globo. “O inaceitável é confundir trabalho jornalístico — mesmo ruim — com a desinformação deliberada que em geral emana das campanhas eleitorais.”

 

O jornal conclui o texto alertando para o fato de que a Corte Eleitoral “tem de tomar cuidado para não desrespeitar o direito constitucional mais essencial à democracia: a liberdade de expressão”.

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