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O Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou o afastamento do cargo do governador de Alagoas e candidato à reeleição, Paulo Dantas (MDB). Ele é alvo da Operação Edema, do Ministério Público Federal e da Polícia Federal de Alagoas, nesta terça-feira, 11.
A Polícia Federal cumpre mandados de busca e apreensão em endereços ligados a ele. O vice-governador, José Wanderley Neto (MDB), deve ser comunicado a respeito do afastamento do governador nesta terça-feira.
Tramitando em sigilo, a investigação seria sobre suposto esquema de “rachadinha” na Assembleia Legislativa de Alagoas, referente à época em que Dantas era deputado estadual. “A investigação, ainda em sigilo, aponta a ocorrência dos crimes de organização criminosa, peculato e lavagem de dinheiro”, informa o MPF, em nota.
Ao todo, estão sendo cumpridos 31 mandados de busca e apreensão. Alguns dos endereços são a Assembleia Legislativa e o Palácio do Governo. Ao determinar o afastamento cautelar do governador e as buscas, o STJ também impediu os investigados de manterem contato entre si e de frequentarem os órgãos públicos envolvidos na investigação.
De acordo com o MPF, as medidas cautelares incluem ordem de sequestro de bens e valores que chegam a R$ 54 milhões. Dezenas de imóveis foram objetos de constrição, informou o órgão.
Ainda segundo a nota do MPF, “a necessidade e a urgência das medidas cautelares cumpridas foram amplamente demonstradas nos autos da investigação policial e corroboradas pelo Ministério Público Federal, o que subsidiou a decisão judicial”.
Paulo Dantas, que assumiu o cargo de governador de Alagoas em 15 de maio para um mandato tampão, em uma eleição indireta na Assembleia, foi localizado e intimado em um hotel em São Paulo.
O governador fez 46% dos votos em 2 de outubro e disputará o segundo turno com Rodrigo Cunha (União), que recebeu 26% dos votos. Dantas tem o apoio de Renan Calheiros e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.