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A chapa daqueles que tentam ‘voltar à cena do crime’

Informações da Revista Oeste

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva oficializou neste sábado, 7, a chapa com o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB) para tentar voltar ao Palácio do Planalto – ou à cena do crime, como disse o candidato a vice alguns anos atrás. O evento reuniu militantes e líderes da esquerda em São Paulo. Alckmin não foi porque está com covid.

Como as últimas aparições públicas do ex-presidente foram cercadas de barbeiragens, o PT desta vez tomou alguns cuidados: Lula foi obrigado a ler o discurso, sem improvisos. E ninguém pediu votos no palco . A festa, aliás, foi batizada de “movimento”.

“Pessoal, antes de começarmos quero fazer um esclarecimento, ou um escurecimento”, afirmou a apresentadora. Ninguém entendeu, mas a resposta veio em seguida. “Respeitamos a legislação e as instituições, é importante avisar e deixar claro, ou escuro, que nós não estamos lançando candidaturas. Nós estamos lançando, sim, um movimento, o movimento vamos juntos pelo Brasil.”

O motivo do zelo é o estrago causado pela campanha antecipada feita na comemoração do 1º de Maio, que ainda repercute. A cantora Daniela Mercury acabou ficando sem cachê. A prefeitura de São Paulo desistiu de pagá-la pelo show depois do pedido explícito de votos com a bandeira do PT.

Chuchu com Lula

Neste sábado, apenas Geraldo Alckmin e Lula falaram, com um breve aparte de Janja, com quem o petista se casará ainda este mês. Primeiro a falar, o ex-tucano, cumprimentou por um telão Janja e Dilma pelo Dia das Mães. Em seguida, com a empolgação e carisma que lhe é peculiar, tentou fazer uma piada ao dizer que “Lula é um prato que cai bem com chuchu”. E completou: “O que acredito venha ainda a se tornar um hit da culinária brasileira”.

Ao tentar explicar as ferozes críticas que já teceu contra o antigo adversário, o ex-governador afirmou que disputas fazem parte do processo democrático. “Hoje, algo mais importante se impõe, defesa da própria democracia”. Ao encerrar a fala, agradeceu Lula por dar a ele “o privilégio da sua confiança”. Metade do público nem aplaudiu.

Mais do mesmo

Como o discurso de Lula foi lido, não é exagero afirmar que poderia até ter sido redigido por Alckmin. As frases incluíram a proteção da Amazônia, a defesa da soberania nacional, promessas de mais empregos (nessa hora, Dilma fechou o rosto), e de que vai acabar (mais uma vez) com a fome e a miséria, críticas a privatizações e o pedido para a militância nas redes sociais recortar e colar a sentença: “Queremos voltar para que ninguém nunca mais ouse desafiar a democracia. Para que o fascismo seja devolvido ao esgoto da história, de onde jamais deveria ter saído”.

Apesar de todo o cuidado para que o petista não escorregasse mais uma vez ao microfone, o nome mais citado por Lula no discurso foi Petrobras. “Precisamos fazer com que a Petrobras volte a ser uma grande empresa nacional, uma das maiores do mundo, a serviço do povo brasileiro”, disse.

Uma referência explícita à cena do crime.

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