Nesta semana, o estado de Pernambuco começa a receber lavatórios de mãos como uma contribuição à prevenção da Covid-19 e reabertura segura de escolas, uma das fases da ação de Resposta à Covid-19 do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), realizada em parceria com a AVSI Brasil. Serão 36 lavatórios distribuídos entre as cidades do Recife (1), Lagoa dos Gatos (4), Brejo da Madre de Deus (20) e Serra Talhada (11). A iniciativa abrange 39 cidades nos estados de Pernambuco, Ceará e Bahia, impactando um total de 300 escolas e 54 unidades básicas de saúde.
Além dos lavatórios, o projeto inclui a doação de kits de higiene e equipamentos de proteção individual, entrega de materiais informativos e a capacitação de profissionais, familiares e adolescentes. Segundo Dennis Larsen, coordenador do UNICEF para o semiárido, a instituição tem buscado contribuir para a redução da transmissão do coronavírus e para a adaptação e continuidade segura dos serviços essenciais para meninas e meninos. “Estar junto das gestões municipais, das equipes técnicas e das famílias, entender as realidades e contribuir para uma reabertura segura de escolas e a continuidade de outros serviços é muito importante para reduzir o impacto na vida de crianças e adolescentes”, garante.
Bruno Barreto, gestor da escola Cícero Franklin Cordeiro, do Recife, conta que achou fantástica a iniciativa de pensar na mobilização aproveitando a comunidade escolar para que possam juntos entrar na luta contra a Covid. “Pensando no estudante, na família, teremos os próprios alunos conversando entre si e ajudando nesta conscientização a partir dos materiais enviados pela campanha, como o lavatório móvel. Vamos passar com esse lavatório por todas as salas diariamente para que a gente possa fortalecer a mensagem e atingir 300, 400 famílias.”
Quem também enxerga na campanha um poder de mobilização de toda a comunidade é a secretária executiva de gestão pedagógica da secretaria municipal de educação do Recife, Juliana Guedes. Segundo ela, com o material, é possível transpor os muros da escola. “A escola tem capacidade de trabalhar não somente com as crianças, mas também com as famílias, tirando dúvidas, explicando. Vislumbro também que a formação para profissionais de educação que será oferecida é um poderoso indicativo para que a escola possa atuar como agente de informação nesta luta contra a Covid.
Para Verônica Maria de Souza, mãe da aluna Isabelly Victoria (10), a campanha de mobilização é muito importante e o material traz muitas informações relevantes, com dicas que ela mesma não conhecia. “Acho muito importante porque vai ajudar as crianças, ajudar na higienização das mãos. Tem muitas mães que não têm muito tempo, trabalham fora, então eles já aprendem como fazer.”
Para a gerente geral da AVSI Brasil em Pernambuco, Ana Bianchi, a continuidade dos serviços essenciais, serviços de saúde e o retorno seguro das escolas é um trabalho coletivo que exige a participação e o engajamento de todos. “Essa força-tarefa do UNICEF e da AVSI é fundamental para que a gente possa, junto com a sociedade, pais, alunos e professores, garantir que crianças, adolescentes e suas famílias tenham acesso aos serviços essenciais de saúde e educação.”
O Projeto
O UNICEF e a AVSI Brasil iniciaram, em maio, um trabalho nos estados de Pernambuco, Bahia e Ceará para apoiar a gestão municipal na continuidade dos serviços essenciais às crianças e adolescentes nas áreas de saúde e educação, com foco especial em garantir um retorno seguro às escolas. Até setembro, o projeto alcançará 300 escolas e 54 unidades básicas de saúde (UBS) de 39 municípios desses estados, incluindo as capitais e cidades da região do Semiárido, com ações de informação, capacitação e engajamento de autoridades, profissionais de saúde e educação, pais, alunos e lideranças sociais. Serão distribuídos também kits de higiene e saúde (incluindo, em algumas cidades, lavadores de mãos) e materiais educativos.
O retorno seguro às aulas presenciais envolve um processo de mobilização e conscientização coletiva, em que as escolas devem se preparar, os profissionais de saúde e educação precisam ser treinados, e pais, alunos e comunidade precisam receber orientação adequada para que se sintam seguros.