A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito que apura fraudes no INSS abriu espaço para investigar o Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi), ligado a Frei Chico, irmão do presidente Lula. Embora o nome dele não tenha sido citado nos requerimentos, o colegiado aprovou pedidos de informações sobre a atuação da entidade entre 2015 e 2025, período em que denúncias de descontos ilegais em benefícios ganharam força.
Os parlamentares querem acesso a dados de contas bancárias do sindicato, à lista de procuradores que representaram a entidade nos últimos anos e a movimentações financeiras suspeitas. A apuração envolve ainda outras organizações, como a Associação Mutualista de Benefícios Coletivos e a Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares, todas sob suspeita de irregularidades.
Durante a sessão, o presidente da CPMI, senador Carlos Viana (Podemos-MG), não descartou convocar Frei Chico para depor, caso haja indícios de seu envolvimento. Ao mesmo tempo, o colegiado ampliou o cerco contra o empresário Antônio Carlos Camilo Antunes, o “Careca do INSS”, pedindo rastreamento de suas visitas ao Congresso e informações da Polícia Federal sobre viagens e bens. O objetivo, segundo os membros da comissão, é mapear a rede de influência e responsabilidades por trás das fraudes.