O pernambucano Mozart Júlio Tabosa Sales, atual secretário do Ministério da Saúde e figura de destaque na política nacional, teve seu visto para os Estados Unidos revogado. A medida, anunciada pelo secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, integra um pacote de sanções direcionadas a autoridades brasileiras e ex-membros da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), sob a justificativa de envolvimento no programa Mais Médicos, criticado pelo governo dos EUA.
Sales, que já esteve cotado como possível vice na chapa de João Campos (PSB) na eleição passada, agora se vê no centro de um imbróglio diplomático. Rubio classificou o Mais Médicos como um “golpe diplomático inconcebível” e acusou o esquema de facilitar a exploração de profissionais cubanos. Embora não tenha mencionado nomes diretamente, as ações recaem sobre integrantes e ex-integrantes de estruturas ligadas ao projeto.
A decisão também se estende a familiares de autoridades envolvidas e a representantes de governos africanos, cubanos e granadinos. O episódio coloca Mozart Sales, médico e gestor com trajetória ligada ao fortalecimento do SUS, no foco de uma disputa geopolítica marcada por tensões ideológicas e críticas à atuação internacional do Brasil no campo da saúde pública.