Nem a força política de Pernambuco, nem o respaldo do senador Humberto Costa (PT) foram suficientes para manter Danilo Cabral no comando da Sudene. A queda do ex-superintendente, anunciada por ele próprio nas redes sociais, escancara a perda de espaço do PT pernambucano no governo federal e mostra que o prestígio do PT do Ceará — aliado ao da Bahia — segue em alta no Planalto.
Enquanto lideranças de peso em Pernambuco, como deputados, senadores e até empresários, tentaram segurar Danilo, prevaleceu a pressão do governador cearense Elmano de Freitas (PT) e do ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT-BA). A disputa por interesses em torno da Transnordestina, que Danilo defendia levar até Suape, em Pernambuco, esbarrou no lobby cearense pelo Porto do Pecém — com apoio do empresário Benjamin Steinbruch.
Danilo, que havia sido acomodado na Sudene após a derrota para o governo estadual em 2022, caiu justamente por tentar priorizar Pernambuco. O episódio mostra que, na briga por influência regional, o PT cearense e baiano venceram mais uma, deixando o PT pernambucano com o discurso, mas sem comando.
Nota oficial (publicada no Blog do Magno)
Fui comunicado de meu desligamento da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), após dois anos e dois meses de intensa dedicação. Foi uma honra servir ao Brasil, em especial ao povo nordestino, nesse período desafiador e transformador.
Agradeço ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ao ministro Waldez Góes pela confiança, e à valorosa equipe da Sudene pelo trabalho conjunto que realizamos.
Deixo o cargo com a convicção do dever cumprido. A SUDENE VOLTOU.
Agradeço também a todas as manifestações de apoio e solidariedade recebidas nos últimos dias. Continuarei atuando em favor do desenvolvimento do Nordeste — especialmente de Pernambuco, minha terra natal — com o olhar firme na superação das desigualdades e na melhoria da qualidade de vida do nosso povo.
A luta por Pernambuco é minha missão de vida. Seguiremos juntos.
Danilo Cabral