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Marília Arraes ameaça apoiar Raquel Lyra e é acusada de chantagear João Campos por vaga ao Senado

A ex-deputada federal Marília Arraes (Solidariedade) voltou ao centro das atenções no cenário político pernambucano, desta vez por conta de uma suposta tentativa de chantagem contra seu primo, o prefeito do Recife João Campos (PSB). A informação foi publicada pelo jornalista Ricardo Antunes, em seu blog, e agitou os bastidores da política local.

Segundo Antunes, sem mandato e com dificuldades para se firmar em uma eventual chapa de João Campos ao governo estadual em 2026, Marília estaria ameaçando se aliar à governadora Raquel Lyra (PSD), com quem travou uma disputa acirrada e repleta de trocas de ofensas na eleição de 2022. A manobra teria como objetivo garantir uma vaga ao Senado na chapa da atual gestora estadual.

O jornalista aponta ainda que Marília teria usado esse movimento como forma de pressão sobre João, que enfrenta limitações para acomodá-la politicamente. Uma das duas vagas ao Senado na chapa do PSB já estaria prometida ao senador Humberto Costa (PT), e a presença de Marília na outra seria malvista por setores da aliança devido à imagem de favorecimento familiar.

Apesar de ter declarado apoio à reeleição de João Campos em 2024, a ex-deputada estaria ventilando a possibilidade de se juntar a Raquel em 2026 como forma de desequilibrar o favoritismo do primo, que lidera as pesquisas. Segundo Ricardo Antunes, ela estaria convencida de que sua adesão à chapa de Raquel poderia levar a disputa para o segundo turno e até provocar uma derrota de João.

A movimentação de Marília, embora vista por alguns como estratégia política legítima, vem sendo criticada por setores que a consideram mais um capítulo de sua trajetória marcada por alianças controversas e mudanças de posicionamento.

Em 2024, Marília também causou desconforto ao negar legenda a Luciano Duque, ex-prefeito de Serra Talhada e seu aliado em 2017, quando contou com seu apoio para se eleger deputada federal. Ao invés disso, declarou apoio à reeleição da prefeita Márcia Conrado (PT), adversária política de Duque.

Sua relação com João Campos também já foi marcada por confronto direto. Em 2020, ambos protagonizaram uma das campanhas mais polarizadas da capital pernambucana, trocando acusações em meio à disputa pela Prefeitura do Recife. Já em 2022, Marília enfrentou Raquel Lyra na corrida pelo governo do Estado, numa eleição marcada por ataques de ambos os lados.

Mesmo após esses embates, Marília demonstra disposição para reconfigurar suas alianças políticas. Segundo Antunes, apesar das mágoas públicas da última campanha, ela já teria iniciado articulações com Raquel Lyra, com quem, inclusive, já teve laços familiares próximos no passado. A ex-deputada costumava frequentar a casa dos Lyra, por ser amiga do ex-governador João Lyra, pai de Raquel.

As movimentações recentes levantam questionamentos sobre os rumos políticos de Marília e colocam em xeque sua capacidade de manter coerência com discursos e alianças. Ainda assim, ela segue influente nos bastidores e pode desempenhar papel decisivo nas articulações para as eleições de 2026.

Resta saber se João Campos irá ceder à pressão da prima ou se Raquel Lyra estará disposta a aceitar uma aliança com sua antiga adversária. Como disse o próprio Ricardo Antunes, “talvez o preço seja caro demais.

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