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Crise nas federais: Universidades de Pernambuco em colapso financeiro e o silêncio do Governo Lula

Por Maciel Rodrigues

As universidades federais de Pernambuco acenderam o sinal de alerta e, desta vez, com um aviso claro: não há mais recursos para manter os contratos, efetuar pagamentos e garantir a assistência aos alunos. O diagnóstico veio de quem mais entende do funcionamento das instituições — os próprios reitores — em coletiva realizada nesta terça-feira (15), na sede da UFPE, em Recife.

A situação escancara um colapso anunciado na educação superior pública, agravado pela falta de atenção e ação efetiva por parte do Governo Federal, comandado pelo presidente Lula. Apesar dos discursos de valorização da educação, os números e relatos dos gestores indicam o contrário.

Orçamentos cortados, contratos ameaçados e estudantes desassistidos

O reitor da UFPE, Alfredo Gomes, foi direto: “Se não houver reajustes nos repasses pelo Governo Federal, só temos verbas até agosto. Depois, vamos ter que fazer cortes que atingirão contratos e assistência estudantil”.

Segundo ele, o orçamento de 2025 é inferior ao de 2024, o que significa menos dinheiro em um contexto de inflação acumulada e aumento da demanda. A universidade está operando com um modelo orçamentário insustentável: 1/18 avos por mês, ou seja, o dinheiro que seria para um ano está sendo fracionado como se precisasse durar um ano e meio.

Só na UFPE, a perda já soma R$ 8 milhõesR$ 2,1 milhões somente na assistência estudantil, afetando diretamente alunos de baixa renda.

Na UFRPE, o cenário é ainda mais alarmante

 A reitora Maria José Sena fez um relato preocupante: a universidade está com aviso de corte de energia por falta de pagamento. Segundo ela, todos os contratos estão em atraso e o orçamento cobre, no máximo, oito meses. A dívida já atinge R$ 7,7 milhões só em 2024, e para fechar o ano seriam necessários R$ 32 milhões extras — dinheiro que não virá, ao que tudo indica.

Ela foi categórica: “Daqui a pouco, a gente não vai ter mais como nem abrir a universidade no mês de janeiro de 2026”.

Univasf e Ufape: gestão de guerra

 Na Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), o reitor Télio Nobre fala em “gestão de guerra”. Houve cortes de até 40% em despesas, incluindo água, energia e transporte. Ainda assim, a previsão é de colapso financeiro entre agosto e setembro.

Na Ufape, o reitor Airon Melo não vê mais como manter as portas abertas após agosto. A situação é considerada insustentável.

Um governo que fala em educação, mas fecha os olhos para ela

 É necessário expor a contradição gritante: o Governo Lula insiste em se apresentar como defensor da educação pública, mas reduz o orçamento das universidades ano após ano. Em 2014, a UFPE dispunha de R$ 213 milhões. Para 2025, o orçamento caiu para R$ 170 milhões, mesmo com o aumento de cursos, estudantes, programas e despesas.

Enquanto o governo investe em propaganda, eventos, emendas parlamentares e em cargos para manter apoios políticos, as universidades — pilares da formação, pesquisa e inclusão social — caminham para o colapso.

E o mais grave: quem paga a conta são os estudantes mais pobres, que dependem de auxílio moradia, alimentação e transporte para não abandonar os estudos.

Hora de agir com responsabilidade

 A fala do reitor Alfredo Gomes resume a urgência: “É preciso crescer o orçamento e crescer de forma responsável, com previsibilidade”. Sem isso, o país mergulha num perigoso retrocesso, onde o acesso ao ensino superior volta a ser privilégio de poucos.

O Governo Federal precisa, com urgência, rever suas prioridades e garantir a recomposição imediata do orçamento das federais. Caso contrário, o Brasil perderá não apenas contratos e bolsas, mas o futuro de milhares de jovens que enxergam na universidade a única chance de transformação social.

 

 

Um comentário sobre “Crise nas federais: Universidades de Pernambuco em colapso financeiro e o silêncio do Governo Lula”

É o PT sendo PT, só não vê quem não quer, quem não vive a realidade,basta culpar o governo anterior pôr tudo,é simples, gastar com propaganda pode, já com a educação só mentiras.

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