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Indefinição de Duque impediu acordo com os irmãos Oliveira

O projeto de reeleição da prefeita Márcia Conrado segue de vento em popa, ainda mais depois da adesão do principal grupo de oposição em Serra talhada, liderado pelo ex-deputado Sebastião Oliveira, mas poderia não estar tão afinado assim, não fosse a indecisão e soberba de Luciano Duque, hoje naturalmente jogado pelas circunstâncias para o papel de oposição no município.

Antes de decidir fechar com o projeto da prefeita Márcia Conrado, o Avante enviou emissário para tentar uma aliança com o ex-prefeito Luciano Duque (Solidariedade), numa tentativa de costurar aliança para enfrentar o projeto de reeleição de Márcia Conrado.  Quem confidenciou que houve tratativas foi o empresário e ex-vereador do município Faeca Melo, homem de confiança de Sebastião, em entrevista ao programa O Xis da Questão na Rádio Líder do Vale FM, nessa sexta-feira (19).

Nada receptivo, em meio a estas negociações o ex-prefeito Luciano Duque dificultou a aproximação: “Eu não tenho nenhuma relação política com esse grupo político [de Sebastião e Waldemar] … e ter diálogo político eu não pretendo ter, até porque todo mundo sabe que eu tenho lado”. A declaração azedou as negociações, e Waldemar Oliveira não deixou barato: “o que eu posso dizer é que talvez o deputado Luciano precise descer aí do pedestal que ele subiu. Ele deve estar se achando o Barão do Pajeú, né?”.

Apesar da troca de farpas, não foram as provocações que distanciaram os grupos, disse Faeca na entrevista, foi a indecisão de Luciano Duque. Mesmo com depreciações em público, o Avante estava interessado em formar chapa com Luciano, aguardou um posicionamento, que não veio e aí seguiu em direção ao grupo de Márcio onde encontrou acolhimento e decidiu pelo apoio para as próximas eleições.

O que Duque não contava é que ao deixar os irmãos Oliveira aderirem ao projeto de Márcia estava colocando empecilhos para sua própria candidatura, que ainda não foi oficializada. Não bastasse levar o Avante, Sebastião e Waldemar ainda mantiveram o PSB na base de Márcia Conrado e, de quebra, ainda podem exercer influencia sobre o partido de Luciano, o Solidariedade, presidido no estado por Marília Arraes, que compôs chapa para a disputa estadual com Sebastião Oliveira.

Embora ainda não se tenha uma posição oficial de Marília, há indícios de afastamento com Duque, que andou flertando com o governo de Raquel Lyra, a quem Marília faz ferrenha oposição. Duque ensaiou ter alinhamento com o presidente nacional da legenda, Paulinho da Força, de quem teria supostamente uma “carta de anuência”, mas o discurso tem sido deixado de lado. O tempo até as convenções estão cada vez mais exíguo, logo uma garantia tardia do partido pode inviabilizar o projeto de Duque, que anda isolado no município. Para piorar, ainda há as reais chances de Marília seguir Sebastião e Waldemar e levar o Solidariedade também para a base da atual prefeita.

Diante destas movimentações, o papel de oposição, exercida nos últimos anos por Sebastião Oliveira, caiu no colo de Luciano Duque e há a natural cobrança pela montagem de uma chapa minimamente competitiva para enfrentar sua ex-pupila, isso em meio a todo este cenário conturbado já exposto anteriormente.

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