O distanciamento entre o ex-prefeito de Serra Talhada Luciano Duque e atual gestora, Márcia Conrado, é inegável. É fácil constatar que há desconfortos entre ambos, pois não se nota mais a presença dele nas inaugurações ou Assinaturas de Ordem de Serviço. De eminencia parda, com muito prestígio e poderes no começo do governo (chegando a posar em assinatura de documentos), ele se tornou uma figura ausente das ações do governo.
Não se sabe ao certo o que provou este distanciamento, se algum tipo de rebeldia da prefeita, eleita com a pecha de posto do ex-gestor, pois aparentemente ela tem descolado das interferências do ex-prefeito ou se a sede de poder levou naturalmente Duque para distante, sendo, diga-se de passagem, o nome mais cogitado para enfrentar a própria Márcia.
De mensagens supostamente enviadas por engano em grupos de WhatsApp a alfinetadas em entrevistas na imprensa, Duque dá aos governistas a ideia de que ele é que tem construído este caminho (distanciando-se do governo) para viabilizar sua candidatura a prefeito. Melhor para ele seria, avaliam, se pudesse colocar nela o defeito da ingratidão ou traição, mas que a gestora até aqui tem habilmente se desvencilhado das tentativas.
Desde o começo da gestão Márcia tem rebatidos as especulações sobre interferências ou o ingerências de Luciano Duque na gestão e, embora exista um clima bem menos amistoso que no começo do governo, ela tem mantido pessoas ligados a ele na sua gestão. Apesar de tentar manter o alinhamento, ultimamente quando questionada sobre a possibilidade de enfrentar o ex-prefeito ela tem sido mais incisiva, como ocorreu em entrevista nessa sexta-feira (1) ao radialista Francys Maya da Rádio Vilabela FM.
Questionada sobre a possibilidade de disputar a prefeitura com Luciano Duque, Márcia não titubeou: “oposição a gente não escolhe, a gente enfrenta”.