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“Onda de direta” domina quatro das cincos regiões brasileiras, aponta ONG Ranking dos Políticos

As regiões Sudeste, Sul, Centro-Oeste, Norte elegeram mais deputados federais de direita do que os de centro e de esquerda. O Nordeste é o único com mais representantes do centrão e esquerdistas. O apontamento é do Ranking dos Políticos, organização, criada em 2012, que monitora todos os 594 parlamentares do Congresso Nacional e os classifica com notas de zero a dez, conforme performance em três critérios: combate à corrupção, a privilégios e a desperdícios na máquina pública.

Quase a metade dos deputados federais eleitos na Câmara dos Deputados são de direita – 237 de 513. O índice de 46,20% representa o Sudeste, Sul, Centro-Oeste, Norte e Nordeste do Brasil. A representatividade da esquerda no parlamento ficou em 24,48%, equivalente a 141 parlamentares, e a de centro em 26,32%, neste grupo formado por 135 deputados.

De acordo com a análise inédita do Ranking dos Políticos, no Sudeste, dos 178 deputados federais eleitos, 83 (46,62%) são de direita, 57 (32,02%) e esquerda e 38 (21,34%) de centro. O estado da região que mais elegeu parlamentares ligados à direita foi São Paulo. O estado paulista elegeu 32 federais de direita, 20 esquerdistas e 17 do centrão. Em seguida aparece Minas Gerais com 27 deputados de direita, 21 de esquerda e cinco de centro. Logo abaixo vem Rio de Janeiro com 20 representares de direita, 13 de esquerda e 13 de centro. Por fim, Espírito Santo elegeu quatro de direita, três de esquerda e três de centro.

Dos 77 deputados federais eleitos na região Sul, 42 (54,54%) são de direita, 20 (25,97%) de esquerda e 15 de centro (19,48%). O estado do Rio Grande do Sul foi quem mais elegeu deputados federais de direita: foram18 ligados à direita, 11 esquerdistas e apenas dois de centro. Já o Paraná colocou na Câmara, 17 políticos de direita, 7 de esquerda e quatro de centro. Por último, Santa Catarina escolheu 7 deputados de direita, 7 de centro e apenas dois de esquerda para representá-lo no parlamento federal. 

Na Região Centro-Oeste, dos 41 deputados eleitos, 30 (71,42%) são de direita, 7 (16,66%) de esquerda e 5 (11,9%) de centro. O estado do Mato Grosso é o único que elegeu apenas federais de direita. Já Goiás elegeu 12 de direita, três de esquerda e dois de centro. No Distrito Federal, 5 são de direita, dois de esquerda e um de centro. Os eleitores do Mato Grosso do Sul escolheram 5 parlamentares de direita, dois de centro e dois de esquerda.

O Norte do Brasil elegeu 65 deputados federais, sendo que deles 39 (60%) são de direita, 20 (30,76%) de centro e 6 (9,23%) de esquerda.  Todos os eleitos do Acre, Rondônia e Tocantins são de direita. Roraima elegeu 6 de direita, dois de centro e nenhum de esquerda. Já o Amapá colocou três federais de direita, três de esquerda e dois de centro. No Amazonas, foram três deputados de direita, um de esquerda e quatro de centro. Os eleitores do Pará escolheram 12 parlamentares de centro, três de direita e dois de esquerda.

No Nordeste, esperava-se mais representativa da esquerda. Porém, conforme os estudos do Ranking, a disputa foi bastante acirrada. Pois, dos 151 deputados federais eleitos, 57 (37,74) são de centro, 51 (33,74) de esquerda e 43 (28,47) de direita. No caso da Bahia, foram escolhidos pelos eleitores 18 parlamentares de centro, 14 de esquerda e 7 de direita. No Ceará, 10 deputados de esquerda, 6 de centro e 6 de direita. No estado de Pernambuco, a população escolheu 11 representantes de esquerda, 8 de direita e 6 de centro. Alagoas foi o único que elegeu apenas um político de direita. O restante ficou em 5 de centro e três de esquerda. Ao Contrário da Paraíba que descartou esquerdistas ficar com 5 de centro e 5 de direita. 5 de centro e três de direita. Já os Piauienses elegeram 5 de centro e 5 de esquerda. Nenhum de direita foi eleito.  Por fim, Rio Grande do Norte será representado na Câmara por quatro deputados de direita, dois de esquerda e dois de centro.

Escolha do Presidente da República

Para o diretor-geral do Ranking dos Políticos, Gláucio Dias, os dados reforçam o caminhar da sociedade brasileira para o pensamento de direita, mesmo que ainda haja uma votação densa na figura do Lula. “Pois, o resultado das urnas sobre o Congresso Nacional mostra que o voto no ex-presidente petista não é ideológico de esquerda, propriamente dito. É um voto muito mais na figura do ex-presidente, personalista. Ou seja, voltado à pessoa. A tendência ideológica da população brasileira não se conecta com a escolha do chefe do executivo”, diz.

Dias ressalta que mesmo com a vitória de Dilma Rousseff para Presidência da República, o movimento mais à direita, iniciado no mesmo ano, em 2014, não diminuiu. “Pelo contrário, a tendência liberalista se acentuou nas eleições de 2018 e se manteve nas eleições deste ano– o caminhar da direita. Hoje há mais deputados federais com pautas liberais do que há 10 anos. Mesmo com uma eventual vitória de Lula, o crescimento da ideologia liberal e conservadora tende a continuar. É provável que haja uma busca pelo equilíbrio das forças, mas não anula. Portanto, em termos de disputa da hegemonia ideológica, independente do resultado do segundo turno, a direita já ganhou”.

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