A Polícia Federal voltou a considerar a hipótese da existência de uma relação entre Adélio Bispo, autor do atentado a faca contra Jair Bolsonaro, e a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), a informação foi divulgada pelo colunista Rodrigo Rangel, do Metrópoles. A decisão da Corporação veio após a mudança de comando e atende aos anseios do presidente da República, além de toda a população que questiona com frequência quem foi o mandante do atentado.
O delegado Rodrigo Morais Fernandes, encarregado do caso até 2021, concluiu, em dois relatórios, que Adélio agiu sozinho no dia do atentado, por não ter encontrado indícios da participação de terceiros no atentado, descartando a ligação do PCC com o atentado contra o então candidato Bolsonaro. O Ministério Público Federal concordou com os relatório de Morais e propôs o arquivamento da apuração.
Após a troca do comando da PF, Morais foi nomeado por Paulo Maiurino, diretor-geral da PF na época, a passar uma temporada de dois anos em Nova York para participar de uma força-tarefa do governo americano com foco no combate a crimes financeiros.
Em seguida, o Tribunal Regional Federal da 1ª Região, autorizou que a PF vasculhasse os telefones celulares apreendidos com os advogados que assumiram a defesa de Adélio Bispo, pois até então a PF estava impedida de periciar os celulares devido a uma liminar obtida pela Ordem dos Advogados do Brasil, a OAB. Com a decisão do TRF-1, a investigação foi reaberta pela PF e o delegado, Martin Bottaro Purper, assumiu o caso.
Purper é um dos maiores especialistas em PCC dentro da Polícia Federal.
Paralelamente à essas mudanças, o inquérito deixou de correr na superintendência da PF em Minas Gerais e passou a ser conduzido sob a estrutura da Diretoria de Inteligência Policial, a DIP, em Brasília, setor responsável pelos casos mais sensíveis em investigação na PF e subordinado diretamente ao gabinete do diretor-geral.
A hipótese de ligação de Adélio com o PCC voltou a ser considerada a partir de registros localizados no telefone celular de um dos advogados do agressor de Bolsonaro, informa o jornalista Rodrigo Rangel, do Metrópoles.
Segundo Rangel, em pelo menos um registro, um dos advogados liga o nome de Adélio ao PCC. Logo após o atentado, surgiram especulações da ligação de Adélio ao PCC pois “pelo menos um dos advogados da equipe que se apresentou para defender Adélio também atende integrantes da facção criminosa”.