A vantagem do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre Jair Bolsonaro (PL) na corrida pelo Planalto está em 6 pontos percentuais. O petista tem 43% contra 37% do atual presidente na simulação de 1º turno, segundo pesquisa PoderData realizada de 17 a 19 de julho.
Essa diferença de 6 pontos é a menor registrada entre Lula e Bolsonaro desde abril de 2022, quando começaram a ser sentidos de maneira mais vigorosa os efeitos da alta da taxa de inflação e dos preços dos combustíveis. Faltam 74 dias para a eleição de 2 de outubro.
Os 2 candidatos tiveram variações dentro da margem de erro do levantamento (de 2 pontos percentuais) nos últimos 15 dias: Lula oscilou de 44% para 43%; Bolsonaro variou de 36% para 37%.
Ainda que sejam oscilações na margem de erro, é importante analisar a curva longa do PoderData, único estudo realizado a cada 15 dias com 3.000 pessoas em todo o Brasil. A trajetória de Lula e de Bolsonaro permite ver uma gradual aproximação entre o petista e o atual presidente nas últimas semanas.
A pesquisa já estava sendo realizada quando Bolsonaro falou a embaixadores estrangeiros em Brasília, na 2ª feira (18.jul.2022), criticando as urnas eletrônicas e ministros do Supremo Tribunal Federal. A reação de autoridades no Judiciário, Ministério Público e grande parte da mídia foi negativa. Os entrevistados pelo PoderData assistiram a tudo isso e a pesquisa reflete o impacto desse episódio –que parece ter sido quase nulo.
Esta pesquisa do PoderData também é a 1ª depois de ter sido promulgada a Emenda Constitucional nº 123, conhecida como PEC das bondades por aumentar de R$ 400 para R$ 600 o valor do Auxílio Brasil, além de criar um voucher de R$ 1.000 para caminhoneiros, dobrar o valor do vale-gás e criar um benefício específico para taxistas. Nos últimos 15 dias também houve a queda do preço da gasolina nos postos.
O dinheiro desses benefícios chegará ao bolso dos eleitores só em meados de agosto, mas o noticiário a respeito dessa novidade foi intenso nos últimos dias.
O PoderData também perguntou aos entrevistados sobre quem escolheriam em um cenário de 2º turno com Lula e Bolsonaro. Saiba mais aqui.
VITÓRIA EM 1º TURNO MAIS DISTANTE
O levantamento também mostra que, se as eleições fossem hoje, haveria 2º turno na sucessão presidencial. Nas 5 rodadas anteriores do PoderData, Lula empatava tecnicamente com a soma dos oponentes, o que indicava uma possível vitória do petista em 1º turno. Hoje, os outros nomes somam 49%, contra 43% do petista.
Para ganhar a sucessão presidencial já na 1ª votação de 2 de outubro, um candidato precisa de, pelo menos, 50% mais 1 dos votos válidos (os dados aos candidatos, excluindo-se brancos e nulos).
ESTRATIFICAÇÃO
O PoderData estratifica as respostas para aferir como cada candidato se sai em segmentos específicos do eleitorado. Lula tem melhor desempenho entre mulheres (46%), jovens de 16 a 24 anos (52%) e em famílias que ganham até 2 salários mínimos (50%). Bolsonaro pontua melhor entre homens (43%), eleitores de 45 a 59 anos (43%) e nas famílias com renda de 2 a 5 salários (48%) e com 5 salários ou mais (47%).
A margem de erro da pesquisa é de 2 pontos percentuais quando se considera os dados aplicados ao eleitorado em geral. Quando se compara percentuais dentro de um segmento específico da população, a margem de erro é mais alta porque se passa a considerar uma fração das 3.000 entrevistas feitas pelo PoderData.
O cenário regional ainda indica indefinição. Eis o desempenho dos 2 líderes por região:
- Sudeste – Lula e Bolsonaro têm o mesmo desempenho do que no eleitorado em geral: 43% a 37%;
- Sul – Bolsonaro supera Lula por larga margem: 48% a 28%;
- Centro-Oeste – os candidatos empatam tecnicamente, considerando-se a margem de erro regional de 6,9 p.p.: Lula 36% X 41% Bolsonaro;
- Norte – Bolsonaro tem 50%; Lula, 44%. Margem de erro regional é de 6,4 p.p.;
- Nordeste – Lula segue com grande vantagem, como registrado nas rodadas anteriores: 52%, contra 27% de Bolsonaro.