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Marcos Valério delata relação do PT com o PCC

O publicitário Marcos Valério, condenado a 37 anos de cadeia por participar do mensalão, disse à Polícia Federal (PF) que o Partido dos Trabalhadores (PT) e a maior facção criminosa das Américas, o Primeiro Comando da Capital (PCC), mantinham relações estreitas.

Em delação premiada à PF, o publicitário revelou que Ronan Maria Pinto, empresário do ramo dos transportes, chantageava o então presidente, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), para não revelar o segredo que comprometeria o partido: a existência de um esquema de arrecadação ilegal de recursos para financiar os petistas. Valério disse que soube da suposta chantagem contra Lula depois de conversar com Sílvio Pereira, então secretário-geral do PT.

Valério, que atuou como operador do mensalão, disse ter sido informado pelo ex-secretário-geral petista de que Ronan iria revelar que o PT recebia clandestinamente dinheiro de empresas de ônibus, de operadores de transporte pirata e de bingos. Nesse último caso, os repasses financeiros ao partido seriam uma maneira de lavar recursos do PCC.

Em depoimentos revelados pela revista Veja, o operador do mensalão diz que o então prefeito de Santo André, Celso Daniel, assassinado brutalmente em janeiro de 2002, havia produzido um dossiê em que detalhava quem, entre os petistas, estava sendo financiado pelo crime organizado.

Daniel não sabia, contudo, que a arrecadação clandestina por meio de empresas de ônibus não beneficiava apenas a cúpula partidária, mas também vereadores e deputados petistas que mantinham relações estreitas com o PCC. O dossiê teria sumido, disse Valério. “Ninguém achou mais.”

Logo depois do assassinato do então prefeito de Santo André, o partido afastou os políticos envolvidos com o crime organizado. “A posteriori, o PT fez uma limpa e tirou um monte de gente, vereador, que era ligada ao crime organizado”, contou Valério. “Vocês podem olhar direitinho, que vão ver que o PT fez uma limpa e expulsou do partido essas pessoas.”

 

 

 

 

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