Não é segredo para ninguém a quantidade de pessoas apadrinhadas dentro da gestões públicas de Estados, Municípios e mesmo da União. Já falamos sobre o caso dos irmão do prefeito do Recife, João campos, Maria Eduarda Andrade Lima Campos de Alencar, que trabalhou na gestão de Geraldo Júlio entre 2018 e 2020 na prefeitura da Capital, mas que migrou para o Governo do Estado, tão logo o irmão assumiu a gestão do município, afim de evitar o enquadramento em nepotismo.
Não é difícil enxergar o tamanho da carga de impostos e o quanto retorna em serviços públicos e a qualidade do que é prestado. É nítido que muito dos impostos pagos, aqui falo mais diretamente do Governo de Pernambuco na gestão do PSB, serve muito mais para bancar os apadrinhados e apaniguados de aliados diversos, de várias regiões do estado.
A última agora foi a filha do deputado André de Paula, Cacau de Paula, que deixou a secretaria de Turismo da Prefeitura do Recife, depois que seu pai oficializou apoio a Marília Arraes. No Governo do Estado, outro posto ocupado por um apadrinhado por André: Ruy Rocha, que presidia o Instituto de Recursos Humanos (IRH), também deixou o cargo.
Como quem enxerga que esteja fazendo nada demais, ao sequestrar cargos para si por meio do seu apoio, o parlamentar disse que o desligamento da filha foi feito com “muito prazer”, e avaliou que as “circunstâncias não permitiram” a permanência dos aliados no governo. “Política se faz com grandeza a firmeza”, pontuou.
O que André, assim como outros ex-aliados da Frente Popular não dizem que o que pesa ao mudar de barco é o fato de Marília está bem nas pesquisas, liderando todas desde que deixou o PT e assumiu a pré-candidatura. De que se o pré-candidato do PSB não estivesse moribundo, praticamente sem chances de vitória, certamente ele e outros aceitariam as imposições dos líderes pessebistas sem reclamar.
André, desta maneira, deve abrir as porteiras para a debandada de outras figuras também abandonarem o barco furado do PSB, também motivados pelas mesmas razões do deputado, embora devam construir narrativas que justifiquem a mudança, mas que não deixem espaço para se ver o que já foi dito, de que as migrações são frutos do oportunismo voraz da política.
Todos os que deixam a Frente Popular devem largar o osso, entregando seus cargos, pensando, obviamente, em assumir setores estratégicos se Marília vencer a eleição.