O plenário da Câmara acaba de aprovar, por 437 votos a 7, a cassação do mandato de Flordelis (PSD-RJ).
A cassação exigia no mínimo 257 votos a favor – maioria absoluta dos deputados. A decisão já vale a partir de hoje.
Desde agosto de 2020, Flordelis é ré na 3ª Vara Criminal de Niterói, onde foi denunciada por ser mandante do assassinato do marido, o pastor Anderson do Carmo – ocorrido há mais de dois anos, em junho de 2019.
O Conselho de Ética recomendou a cassação no começo de junho deste ano, por 16 x 1. Nessa ocasião, apenas o bolsonarista Márcio Labre (PSL-RJ) votou contra.
Em seu parecer, o deputado Alexandre Leite (DEM-SP) afirmou que Flordelis é a única pessoa do caso “que detinha as condições materiais para financiar a compra da arma de fogo [usada no crime]”.
“Mais grave, a REPRESENTADA se utiliza de seu cargo para deliberadamente tentar subjugar seus filhos, notadamente SIMONE, LUCAS e MISAEL, utilizando o acesso da mídia que seu cargo lhe proporciona para, de toda forma, transferir a eles sua responsabilidade”, escreveu Leite.
A deputada recorreu à CCJ, mas foi derrotada de novo, em julho, por 47 x 0.
Arthur Lira mudou o regulamento, levando ao plenário hoje um projeto de resolução em vez do parecer votado no Conselho de Ética. O texto poderia ser modificado para Flordelis sofrer uma pena menor. No entanto, nenhum deputado apresentou uma emenda – para ser colocada em votação, a emenda precisaria reunir ao menos 103 assinaturas.
Em 2018, Flordelis foi a quinta candidata a deputada federal mais votada no Rio de Janeiro, com mais de 196 mil votos.